quinta-feira, 11 de abril de 2013

[Parte 1] Warren Buffett, o Investidor Inteligente

Darei início a minha série de textos sobre capítulos das obras incríveis que tenho lido sobre investimentos e grandes investidores. Os textos que escreverei não serão reproduções fiéis dos livros (a essência será sempre mantida, o que aproveito são as informações), mas os usarei para dissertar sobre determinados temas e você poderá usufruir o que de melhor tem nas obras, com textos enriquecidos a partir de fontes obtidas na internet. Sempre que possível, procurarei enriquecer os textos com informações complementares, imagens e idéias. 

  Comecarei falando sobre o início da carreira do grande investidor Warren Buffett e seu faro sensacional para negócios, tendo como base o livro "O Jeito Warren Buffett de Investir", escrito por Robert G. Hagstrom. Aproveitarei alguns "ganchos" oferecidos pelo autor para mostrar uma visão mais detalhada de alguns trechos do livro através de pesquisas, como você poderá constatar no texto abaixo, como por exemplo, onde em um momento o autor apenas menciona uma oportunidade de negócio descoberta por Buffett sem detalhar o fato.
  Se já leu o livro, pode ser interessante relembrá-lo sob um novo prisma.


Buffett e o início



  Para quem não sabe, Benjamin Graham - o maior guru fundamentalista da história das bolsas - foi professor de Warren Buffet na faculdade de negócios em Columbia, nos EUA, onde fez um mestrado depois de ter se formado em administração na universidade do estado de Nebraska. Buffett se interessou pelo trabalho de Graham depois de ler sua obra mais famosa, conhecida como a bíblia do investidor fundamentalista, "O Investidor Inteligente". Buffett terminou seu mestrado e foi trabalhar com Ben Graham na Graham-Newman Corporation.
  Durante dois anos, Warren Buffett aprendeu muito com seu mestre e patrão. Quando a empresa foi dissolvida, em 1956, Graham se aposentou e Buffett voltou para sua cidade natal, Omaha, no estado de Nebraska.



  Morando com a família, com cem dólares no bolso, o jovem Buffett, então com 25 anos, iniciou uma sociedade de investimentos com sete sócios, que, juntos, contribuíram com U$$105 mil. Cada um deles recebia 6% anuais sobre os investimentos e 75% dos lucros acima desse limite. O restante, é claro, ficava com Buffett, que era sócio solidário, que é aquele que responde pela empresa, inclusive por suas dívidas. Buffett, com esta atribuição, possuía carta branca para investir os fundos da sociedade da forma que achasse melhor, pois já havia mostrado notáveis qualidades de investidor.
  Durante os 13 anos em que controlou esta sociedade, Buffet conseguiu rendimentos anuais médios de 29,5% ao ano, sem ao menos ter um ano de baixa, mesmo se comparando ao índice Dow Jones, que teve 5 anos de quedas neste período. No início da sociedade, Buffett estabeleceu uma meta de bater o índice em 10%, mas o superou de forma magistral em 22 pontos.

  Com o tempo, Buffett foi ganhando fama e mais e mais pessoas o pediam para que administrassem seu dinheiro. Ele comprou participações majoritárias de várias empresas, tanto públicas quanto privadas e, em 1962, começou a comprar ações de uma empresa têxtil com problemas, chamada Berkshire Hathaway. 




  Durante o período em que Buffett superava com facilidades o índice Dow Jones, ele fez algo extraordinário e surpreendente. Em 1964, provou que havia aprendido muito bem uma das lições de seu antigo mestre Benjamin Graham:




"Quando as ações de uma empresa sólida estão sendo vendidas abaixo de seu valor intrínseco, aja com firmeza!"


  Em 1964, a empresa Allied Crude Vegetable Oil conseguiu 158 milhões de dólares* em empréstimos de instituições financeiras sob a condição de mostrar os estoques de óleo vegetal, que seriam utilizados como garantia pelo dinheiro. A empresa atracou navios nas docas para fiscalização e, após checarem os tanques, os fiscais autorizaram o empréstimo milionário. O problema é que os tanques dos navios estavam cheios de água, com apenas alguns centímetros de óleo vegetal por cima. Foi um golpe e tanto, pois enquanto os fiscais desfrutavam de um almoço pago pela companhia, os larápios retiravam o óleo de um navio e transferiam para outro, pois mal tinham óleo o suficiente para cobrir a superfície de todos os tanques. Mas como lugar de bandido é na cadeia, o golpe logo foi descoberto e o dono da empresa, Tino de Angelis (foto abaixo) foi preso. Como consequência, a American Express, que havia emprestado U$$58 milhões, sofreu uma queda de 50% em suas ações praticamente de um dia para o outro.




  Warren Buffett, que de bobo só tem a cara, comprou U$$13 milhões do papel (40% de alocação), mostrando que aprendeu bem a lição do mestre Ben.
  Nos dois anos seguintes, o preço das ações da AMEX triplicaram e os sócios embolsaram um lucro líquido de U$$20 milhões. Nada mais Buffettesco (e com o mestre Graham por trás).
  Em 1969, Buffet dissolveu a sociedade, que conquistou U$$26 milhões em ativos. Todos os sócios embolsaram uma bela grana e Buffett aumentou a participação na empresa têxtil Berkshire Hathaway para U$$25 milhões, tornando-se sócio majoritário da empresa. No próximo post sobre Buffet, falarei mais sobre a Berkshire Hathaway, um império financeiro de mais de 65 bilhões de dólares.






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E você, teria feito o mesmo que Buffet? Já se imaginou comprando uma empresa que sofreu uma grande queda sem saber o que pode acontecer no futuro? Este exemplo ilustra casos recentes de quedas vertiginosas no papel de boas empresas do setor elétrico e mostra que um tombo desses nem sempre significa o fim do mundo, mas pode se tornar uma bela oportunidade.

Até a próxima!


* - U$$158 milhões em 1964 nos dias de hoje equivaleria a mais de U$$1 bilhão.

Veja mais sobre o Salad Oil Scandal

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